Muito tem sido dito sobre quem está na linha de frente de combate à pandemia, os heróis da Saúde. É impressionante o nível de sacrifício e até de risco a que os profissionais de saúde estão submetidos. Mas seguem firmes porque sabem que estão lutando para salvar vidas.
Hoje, eu tenho a sensação de que todos, de certa forma, também estamos no campo de batalha. Admito que não estamos na primeira linha de combate mas estamos lutando, fazendo o que nos cabe.
Quando falo em nós, incluo quem precisou e conseguiu se reinventar para continuar produtivo e, ao mesmo tempo, respeitar o isolamento fundamental neste momento. Incluo quem está trabalhando para garantir a alimentação, a segurança e o deslocamento de quem precisa ficar na rua e também de quem está em casa.
Tive a oportunidade de participar da construção dos três hospitais de campanha do Rio. Antes de a pandemia chegar até aqui, já tinha estudado e conversado muito com quem montou o hospital de campanha na China. Quando eu vejo as reportagens sobre o Hospital de Campanha Lagoa-Barra, o do Riocentro e, agora, do Parque dos Atletas, sei que eu e milhares de pessoas, quase todas anônimas, temos a nossa parcela de contribuição nesta guerra contra o vírus, ou melhor, contra o tempo e as mortes causadas pela pandemia.
Hoje, eu e minha mulher, médica, estamos em casa, nos recuperando do coronavírus. Não sei em que frente de combate fomos contaminados pela doença mas isso pouco importa. Antes da Covid-19, já tínhamos sido contaminados pela vontade de participar, de lutar.
Eu tenho certeza que, juntos, vamos superar o maior desafio das últimas décadas. Juntos, sairemos mais fortes! Vamos em frente!